sábado, 19 de agosto de 2017

«ATLANTIC»

Navio de passageiros britânico, que pertenceu à frota da companhia White Star Line. Era um misto (vela/vapor) construído em 1870 pelos estaleiros Harland & Wolff, de Belfast, no Reino Unido. Mas só foi colocado no serviço transatlântico em Junho do ano seguinte. A sua arqueação bruta era de 3 707 toneladas e as suas dimensões as seguintes : 128,40 metros de comprimento, por 12,40 metros de boca. Estava equipado com 4 mastros (aparelhados em barca) e com 1 máquina a vapor de 600 cv acoplada a um veio. Conjunto propulsivo que lhe permitia navegar à velocidade de 14,5 nós. Durante dois anos, o «Atlantic» e os seus gémeos ofereceram à clientela -de 1ª classe- da sua companhia um conforto até então inédito na carreira Europa Nova Iorque; que, entre outros luxos, dispunha de cabines iluminadas por candeeiros a petróleo, em vez das tradicionais velas de cera. Disso beneficiavam, pois, os 166 passageiros privilegiados do navio; que podia transportar mais 1 000 passageiros de porão, que viajavam em condições promíscuas. A 20 de Março de 1873, o «Atlantic» zarpou de Liverpool para efectuar aquela que seria a sua 19ª travessia, Cerca de mil pessoas haviam tomado lugar a bordo. O oceano foi atravessado sem incidentes, salvo o facto de se ter efectuado um desvio para Halifax, onde se pretendia carregar carvão. E, no dia 1º de Abril, envolvido numa inesperada tempestade, agravada pela falta de visibilidade provocada por espesso nevoeiro, o navio foi chocar com o Marr's Head, um rochedo da ilha de Meagher; já em águas canadianas da Nova Escócia. Eram 2 horas da manhã e gerou-se o pânico entre os passageiros e os membros da tripulação. Embora a terra firme se situasse a, apenas, 50 metros de distância, ocorreu uma catástrofe; que vitimou centenas de pessoas. Todas as mulheres viajando a bordo do «Atlantic» (que eram 156) pereceram no naufrágio e das 189 crianças presentes, só uma delas sobreviveu. Estima-se que mais de 500 pessoas morreram no afundamento do navio e o seu capitão foi acusado, em tribunal, de conduta negligente perante a situação. O que resta da carcaça do infortunado navio repousa a 25 metros de profundidade e vários objectos nela recuperados estão expostas no museu marítimo de Halifax e num parque dedicado à memória das vítimas deste abominável desastre...

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