terça-feira, 30 de agosto de 2016

«OCEANOS»

Este paquete foi construído, em França, nos estaleiros bordaleses da empresa Forges et Chantiers de la Gironde; que o lançaram à água a 12 de Julho de 1952 com o nome de «Jean Laborde». Era gémeo dos navios «Ferdinand de Lesseps», «Pierre Loti» e «La Bourdonnais» encomendados pela Compagnie des Messageries Maritimes. Com 10 100 toneladas de arqueação bruta e 150 metros de longitude por 19,60 metros de boca, este navio estava equipado com 2 máquinas diesel desenvolvendo uma potência global de 12 500 cv. Força que lhe autorizava uma velocidade máxima de 19 nós. Na sua primitiva configuração, tinha uma tripulação de 250 membros e podia receber 400 passageiros, entre os quais 78 acomodados em 1ª classe. O seu armador colocou-o na chamada carreira do Oceano Índico, que ligava Marselha à Costa Oriental de África, a Madagáscar e à ilha da Reunião, via canal de Suez. Nos anos de 1956 e 1957, a sua rota passou pelo cabo da Boa Esperança, por causa da guerra movida contra Nasser, que, unilateralmente, decidira da nacionalização do canal. Foi, aliás, na entrada mediterrânica dessa via artificial que, a 3 de Agosto de 1964, este paquete de bandeira francesa teve o seu primeiro problema de navegação, ao ser abalroado pelo navio «Ranger New York», que lhe causou danos superficiais. No seu historial, ficou ainda registado que, a 10 de Agosto de 1970, o «Jean Laborde» também prestou assistência  à tripulação do petroleiro grego «Giorgios V», que sofrera uma explosão de caldeira. Em Dezembro desse mesmo ano de 1970, este navio foi vendido para a Grécia, onde os seus sucessivos proprietários lhe deram os nomes de «Mykinai», de «Ancona», de «Eastern Princess» (com este nome passou operar para Singapura e Freemantle) e, finalmente, «Oceanos». Foi ao serviço da Epirotiki Lines/Starlight Cruises que -a 4 de Agosto de 1991- navegando no oceano Índico, em frente das costas da província de Kwa Zulu Natal, o navio se afundou com mais de 570 pessoas a bordo. O desastre (que foi filmado) produziu-se na sequência de uma tempestade com intrusão de águas, que inundaram a casa das máquinas e, depois, todo o navio. Não houve vítimas mortais no naufrágio do «Oceanos», graças à pronta acção da marinha e da força aérea sul-africanas, que mobilizaram 16 helicópteros nas operações de salvamento. O caso tornou-se muito polémico, devido às declarações dos passageiros, que acusaram os oficiais do navio e parte dos seus marinheiros de os terem abandonado à sua sorte, deixando precipitadamente o navio. A carcaça do «Oceanos» jaz a cerca de 100 metros de profundidade e a 5 km da costa.

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