sábado, 21 de junho de 2014

«TERRA NOVA»

Este navio de propulsão mista (vela/vapor) consagrou-se, inicialmente, à caça de cetáceos nos mares boreais; onde operou durante dez anos. Foi construído, em 1884, nos estaleiros de Alexander Stephen & Sons, de Dundee (Escócia). Com casco em madeira, esta barca com 764 toneladas de arqueação bruta media 57 metros de comprimento por 9,60 metros de boca. O seu calado era de 5,80 metros. Para além do pano tradicional que desfraldavam os seus 3 mastros, este navio estava equipado com 1 máquina auxiliar de 140 cv e com 1 hélice. O seu raio de acção estava limitado pelas reservas de água e de mantimentos que podia carregar. Em 1903, este navio ilustrou-se no resgate da tripulação do «Discovery», bloqueada pelos gelos no estreito de McMurdo, na Antárctida. De regresso à Europa, o veleiro foi adquirido pelo milionário norte-americano William Ziegler e colocado sob o mando do capitão norueguês Kjeld Kjeldsen; que com o «Terra Nova» partiu para o Árctico, de onde trouxe (da Terra de Francisco José), são e salvos, os membros da expedição do «America», navio de apoio que os gelos haviam esmagado. Em 1910, este navio, já então propriedade do famoso explorador Robert Falcon Scott, participou na histórica expedição britânica à Antárctida, que constituiu uma das primeiras tentativas para atingir o pólo Sul. Raide que foi um fiasco, em razão do número de mortos sofridos (entre os quais estava Scott) e da corrida ao pólo ter sido ganha por Amundsen. De regresso do sexto continente em 1913, o «Terra Nova» foi devolvido à sua actividade inicial, quer dizer à caça de mamíferos marinhos nas águas boreais. Alguns especialistas atribuem às suas tripulações a captura de mais de 800 000 focas; o que, a ser verdade e visto com os olhos do homem dos nossos dias, constituiu um autêntico desastre ecológico. Este magnífico veleiro navegou até 13 de Setembro de 1943. Nesse dia, quando assegurava o transporte de mantimentos para as estações de caçadores de peles da Gronelândia, o navio sofreu uma avaria grave e irreversível, que obrigou a sua equipagem a solicitar socorros. Várias unidades da Guarda Costeira dos Estados Unidos responderam ao apelo, mas, 'in situ' e perante a impossibilidade de salvar o «Terra Nova», acabaram por resgatar a sua tripulação e provocar o soçobro do navio, afim de minimizar os perigos para a navegação. Curiosidade : os restos deste histórico navio foram encontrados e devidamente identificados (em 2012) por uma equipa de pesquisadores norte-americanos. Alguns dos artefactos do «Terra Nova» encontram-se dispersos por vários museus e outras instituições.

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