quarta-feira, 11 de setembro de 2013

«TROMBETAS»

O lugre bacalhoeiro «Trombetas» (primeiro do nome) foi construído num estaleiro de Fão, Esposende, em 1896, por mestre António Dias dos Santos. Este navio, com casco de madeira e 3 mastros, usou o primeiro nome de «União» e pertenceu a Joaquim Gomes Soares, que o matriculou no porto de Viana do Castelo. Em 1904 o seu registo foi transferido para a Figueira da Foz, mercê da sua venda à empresa Lusitânia, que, três anos mais tarde, alterou o seu nome para Companhia Portuguesa de Pesca. O «Trombetas» apresentava uma arqueação bruta de 265,30 toneladas e media 30,42 metros de comprimento por 7,04 metros de boca. O seu pontal era de 3,51 metros. A sua equipagem habitual era constituída por 42 homens, entre oficiais, marinheiros e pescadores. Em 22 de Novembro de 1917, de regresso dos Grandes Bancos, o «Trombetas» -que, então, se encontrava sob o comando do capitão João dos Santos Redondo- foi afundado, nas proximidades dos Açores, por um submarino alemão. Apesar de Portugal já ser, nesse tempo um país envolvido na 1ª Guerra Mundial, o governo de Hitler verteu, em 1939, uma indeminização pela destruição deste bacalhoeiro a quem de direito. As raras fontes sobre o incidente que envolveu o «Trombetas» não referem se houve vítimas entre a equipagem deste veleiro português. Curiosidades : a fotografia anexada foi publicada, pela revista «Ilustração Portuguesa», que, em tempo próprio, noticiou o afundamento deste navio; em 1912, passado pouco tempo sobre o fatídico naufrágio do «Titanic», a tripulação do lugre «Trombetas» recolheu nos mares do Atlântico norte, não muito longe do lugar do drama, um baú flutuando. Recuperado o móvel, descobriram-se, numa gaveta fechada, valiosos talheres de prata com o nome do malogrado paquete britânico. Algumas dessas preciosas peças ainda hoje se encontram nas mãos de familiares e amigos dos antigos oficiais do lugre bacalhoeiro.

Sem comentários:

Enviar um comentário