quarta-feira, 17 de julho de 2013

«FLANDRE»

Este elegante paquete navegou na linha Havre-Nova Iorque durante 10 anos. Foi realizado em 1952 pela firma de construção naval Ateliers et Chantiers de France (Dunquerque), por encomenda da Compagnie Générale Transatlantique, a famosa French Lines. A sua estreia nas águas do Atlântico norte não se fez sob os melhores auspícios, já que foi ensombrada por toda uma série de incidentes de natureza técnica, que obrigaram o «Flandre» a frequentes períodos de imobilização. Esses problemas só foram, definitivamente, resolvidos em 1955. Em 1962, com a chegada do majestoso «France» à linha da América do norte, este navio foi todo pintado de branco e afectado à carreira das Antilhas francesas e da América Central. Muito apreciado pelos seus passageiros -habituais ou eventuais- o «Frandre» era um navio confortável e veloz, que apresentava uma arqueação bruta de 20 469 toneladas e que media 183 metros de comprimento por 24,50 metros de boca. O seu sistema propulsivo estava equipado com turbinas a vapor, que lhe proporcionavam uma velocidade de cruzeiro de 22 nós. Após 5 anos inteiros de bons serviços prestados ao seu primeiro armador na carreira das Antilhas, o navio foi posto à venda e adquirido pelo famoso cruzeirista italiano Costa. Que o transformou profundamente, no interesse do seu negócio, e que lhe atribuiu o novo nome de «Carla C». Em 1974, o ex-paquete francês voltou, uma vez mais, ao estaleiro, desta feita para que os motores de origem fossem substituídos por maquinaria diesel. Inteiramente virado para a indústria dos cruzeiros, o navio recebeu, em 1986, o nome de «Carla Costa» e navegou com bandeira italiana até 1992. Nesse ano, já com quarenta anos de uso, foi vendido à companhia grega Epirotiki, que o registou no Pireu e lhe deu o seu derradeiro nome : «Pallas Athena». Vocacionado desde logo e preferencialmente para os cruzeiros no Mediterrâneo oriental, este navio navegou até 24 de Março de 1994, data em que foi destruído por um devastador incêndio num dos cais do seu porto de matrícula. Condiderado irrecuperável, o antigo «Flandre» foi despachado para Aliaga, na Turquia, onde foi desmantelado no ano de 1995. O paquete «Flandre» teve um irmão gémeo -o «Antilles»- que, curiosamente, também foi devorado pelas chamas.

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