terça-feira, 25 de setembro de 2012

«PELAYO»


Couraçado da armada espanhola construído, em 1887, pelos estaleiros franceses Forges et Chantiers de la Méditerranée (Toulon). Perdurou até 1924, data em que foi riscado dos efectivos da marinha. Foi desmantelado em Roterdão no decorrer do ano de 1926. O «Pelayo» era um navio derivado da classe ‘Amable Lagane’, da qual ele se diferenciava pelas suas proporções, especialmente estudadas para lhe facultarem a travessia do canal de Suez, recentemente inaugurado. Este couraçado pré-‘Dreadnought’ deslocava 9 950 toneladas e media 105 metros de comprimento, por 20,20 metros de manga, por 7,50 metros de calado. A sua cinta de casco estava protegida por uma blindagem que variava entre 298 e 450 mm, sendo, por óbvias razões, a zona (com a dos reparos : 298-399 mm) melhor couraçada do navio. O «Pelayo», unidade singular da marinha de guerra do país vizinho, estava armado com 2 canhões de 320 mm, 2 de 280 mm, 1 de 160 mm, 12 de 120 mm, 3 de 57 mm, 13 de 37 mm, 4 metralhadoras e (inicialmente) com 7 tubos lança-torpedos. Este último equipamento do navio foi reduzido para 3, aquando de uma passagem pelo estaleiro em 1910. O seu sistema de propulsão compreendia 4 máquinas verticais de dupla expansão, que libertavam uma potência de 6 860 cv e que lhe conferiam a velocidade máxima de 16,7 nós. Projectou-se para este navio, concebido em finais do século XIX, um aparelho vélico que nunca lhe foi adaptado. A sua autonomia era de 3 000 milhas náuticas. O «Pelayo» (que foi o primeiro navio da armada espanhola a dispor de uma estação de TSF) era tripulado por 520 homens. Durante a guerra de 1898, com os Estados Unidos, este navio pertenceu à 2ª Divisão Naval, que deveria operar no mar das Caraíbas. Acção que nunca se realizaria devido a pressões diplomáticas da Grã-Bretanha (a grande potência marítima do tempo), interessada em que o conflito não se estendesse a todo o oceano Atlântico. O «Pelayo» -alcunhado ‘el Solitario’ no seio da armada- esteve em Lisboa em 1901, onde se mostrou numa revista naval organizado pelo rei D. Carlos, e teve participação activa na guerra do Rif, bombardeando as costas marroquinas. Depois de, em 1912, ter sofrido danos importantes num incidente de navegação causado por negligência, este couraçado (já, então, suplantado tecnicamente) passou a exercer funções de navio de treino. Curiosidade : o nome (castelhano) deste navio é o de Pelágio, rei visigodo das Astúrias e fundador do movimento de resistência à ocupação árabe da península Ibérica e de reconquista do território ibérico.

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