segunda-feira, 17 de setembro de 2012

«GARTHPOOL»

‘Clipper’ de bandeira britânica. Construído, em 1891, pelo estaleiro da WB Thompson & Company Ltd, de Dundee (Escócia), este navio tinha casco de aço, 4 mastros (aparelhados em barca) e 2 842 toneladas de arqueação bruta. Media 94,50 metros de longitude por 13,70 metros de boca por 7,70 metros de calado. O seu primeiro armador foi o capitão C. Barrie (também ele estabelecido em Dundee), que o utilizou com o nome de «Juteopolis» no comércio colonial, nomeadamente de fibras têxteis, com as quais ele abastecia as manufacturas escocesas. Vendido em inícios do século XX a um armador especializado no negócio do petróleo, o navio passou a operar entre os Estados Unidos e a Ásia com carregamentos de crude, por conta da companhia Anglo-American Petroleum. Mas rapidamente foi cedido a John Williams (que chegou a ser imediato deste sumptuoso veleiro), figura que, mais tarde, se ilustraria na recuperação dos lingotes de ouro do naufrágio do «Niagara» (desastre ocorrido na costa da Nova Zelândia) e que chegou à presidência da companhia de navegação Australian National Line. Depois de ter escapado incólume às destruições da 1ª Guerra Mundial, este navio foi adquirido pela Marine Navigation Company of Canada, que lhe deu, em 1920, o seu derradeiro nome de «Garthpool» e o registou no porto de Montreal. O navio passou, então, a navegar para a Austrália e para a América do sul e a ser utilizado, muito especialmente, no negócio do trigo com o Brasil. Este navio (que nunca foi equipado com motores) dispunha de impressionante velame, que lhe permitia realizar a viagem da Europa para os antípodas em menos de 100 dias de navegação. Foi durante uma dessas viagens transoceânicas que, em data de 11 de Novembro de 1929, o «Garthpool» encalhou e se perdeu na costa da ilha da Boa Vista, no arquipélago de Cabo Verde, território então sob jurisdição portuguesa. Os seus tripulantes -que sobreviveram todos- foram auxiliados pela população e administração locais e levados, também com a sua ajuda, para o Mindelo (na ilha de São Vicente), onde havia um consulado britânico. Alguns dias mais tarde, foram repatriados por um vapor norte-americano, que por ali passou (para se abastecer de carvão) a caminho da Europa.

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