quarta-feira, 18 de julho de 2012

«VIRGEN DE ÁFRICA»



Navio espanhol de transporte de passageiros. Construído em 1953 (nos estaleiros da Unión Naval de Levante, Valência), pertenceu à Empresa Nacional Elcano até 1955, ano em que foi adquirido pela Compañia Transmediterránea. Esta empresa, que lhe conservou o nome, utilizou o navio até 1986, vendendo-o posteriormente à firma Agrupaciones y Servicios, que lhe encurtou o nome para «África» e o manteve como casino flutuante até 1988. Classificado em Espanha como navio ‘transbordador’, o «Virgen de África» foi matriculado na capitania do porto de Ceuta. Deslocava 4 250 toneladas (em plena carga) e media 103,63 metros de comprimento por 16,56 metros de boca. O seu calado máximo era de 5,12 metros. Accionado por 2 máquinas diesel, o navio navegava à velocidade de cruzeiro de 17 nós, mas podia atingir pontas, quando solicitado, superiores a 19 nós. Concebido especificamente para as linhas transmediterrânicas, o «Virgen de África» podia receber 900 passageiros, 100 automóveis e 12 vagons ou carruagens de caminho-de-ferro. Esta última valência do navio seria suprimida depois de alguns anos de serviço e o espaço assim disponibilizado aumentou a recepção do número de autos. O «Virgen de África» teve um gémeo denominado «Victoria», com o qual o navio em apreço partilhou as linhas Algeciras-Ceuta e Algeciras-Tânger. Além destas viagens de rotina, assinalam-se no longo historial do «Virgen de África» viagens ao porto de Oran, na Argélia, de onde evacuou –em 1962- muitas centenas de ‘pieds-noirs’ de origem espanhola, obrigados a deixar esse país do norte de África, após as convulsões que marcaram o seu violento processo de independência. O «Virgen» também operou, pontualmente, na ligação entre o continente e as Baleares e as ilhas Canárias. Em Janeiro de 1984, o navio sofreu um aparatoso acidente no porto de Algeciras, na sequência de uma falha técnica. Foi reparado no estaleiro de Cádiz e transformado em casino flutuante, amarrado no porto de Alicante. Porém, o negócio não correu de feição e o velho navio acabou por ir parar a um estaleiro de Puerto de Santa Maria (Andaluzia) onde foi desmantelado no ano de 1989.

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