quinta-feira, 19 de julho de 2012

«CITY OF ADELAIDE»



Construído em 1864 no estaleiro de William Pile, Hay & Cº, de Sunderland (G.B.), o «City of Adelaide» é considerado o ‘clipper’ mais antigo do mundo, embora, dele, só reste um casco em estado lastimável. Mas perfeitamente recuperável. O seu primeiro proprietário foi a casa armadora Bruce, Moore, Harrold Brothers & Martin, que o conservou até 1887. E o seu primeiro porto de registo foi o de Londres. O «City of Adelaide» desempenhou um papel importantíssimo nas relações comerciais com a Austrália do sul (para onde fez 23 viagens de ida e volta até 1887) e também como transporte de emigrantes, contando-se em muitas centenas as pessoas que, a bordo deste veleiro, deixaram definitivamente a Europa para tentarem a sua sorte num país longínquo, mas vasto e promissor. Aparelhado, inicialmente, como um três mastros galera (e como uma barca, entre 1881 e 1893), o «City of Adelaide» era um navio imponente, deslocando 1 500 toneladas (em plena carga) e medindo 74,40 metros de comprimento por 9,80 de boca. Ficou também conhecido, no seu tempo, como sendo um veleiro seguro e muito veloz. Todos estes predicados concorreram para criar em volta da sua recuperação um grande entusiasmo, não só por parte de britânicos e de australianos, mas, igualmente, por parte de todos os entusiastas dos velhos navios que escreveram com letras de ouro a saga da navegação à vela de fins do século XIX e princípios da centúria seguinte. O restauro do «City of Adelaide» -que se encontra, actualmente, num local junto do Museu Marítimo da Escócia, em Irvine- enfrenta grandes dificuldades financeiras e já se evoca a possibilidade de oferecer o seu casco (de madeira assente numa forte estrutura de aço) às autoridades australianas, que recuperariam este histórico navio com fundos governamentais. Mas, na verdade, ainda nada está decidido. Diz-se que este navio é tão importante para os australianos do sul como o é o «Mayflower» para os norte-americanos da costa leste. Com efeito, ¼ de milhão de pessoas estabelecidas nessa região da ilha-continente seria descendente de passageiros chegados à Oceania neste formoso ‘clipper’ de pavilhão britânico. Curiosidade : o navio em apreço usou a bandeira de guerra do Reino Unido entre 1922 e 1948, período em que foi designado por HMS «Carrick».

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