terça-feira, 5 de junho de 2012

«JAMES CAIRD»



O «James Caird» é um singelo bote salva-vidas, que pertenceu ao equipamento do navio «Endurance», esmagado pelos gelos do mar de Weddell em 1915. Episódio registado aquando da malograda expedição ao pólo sul de ‘sir’ Ernest Shackleton. O «James Caird» é, hoje, uma das relíquias dessa malograda aventura científica conservada num espaço próprio do Dulwich College, situado na periferia sul de Londres. Apesar da sua diminuta dimensão (6,90 metros de comprimento) esta baleeira foi protagonista de uma das mais extraordinárias epopeias realizadas por uma embarcação rudimentar. Foi ela que permitiu a Shackleton (e aos seus companheiros de infortúnio) navegar (depois de a terem arrastado através dos gelos, durante muitos quilómetros) até à ilha Elefante (Shetland do Sul) e dali até à Geórgia do Sul. Distância de mais de 800 milhas náuticas, percorrida (à vela) num dos mares mais inóspitos do mundo. Essa tormentosa viagem, cujo responsável pela navegação foi o capitão do «Endurance», Frank Worsley, durou 16 dias. Na Geórgia do Sul, os actores dessa inaudita aventura foram acolhidos por uma comunidade de caçadores de cetáceos noruegueses, que lhes assegurou a sobrevivência e foi prestar socorro aos outros membros da expedição deixados na ilha Elefante. O bote salva-vidas «James Caird» foi levado para Inglaterra em 1919, como testemunho de uma irrepetível aventura. A embarcação sofreu danos importantes aquando de um bombardeamento alemão (durante a 2ª Guerra Mundial), mas foi restaurada e entregue ao National Maritime Museum, onde se manteve até à sua entrega definitiva ao Dulwich College. De onde agora só sai para participar em grandes exposições nacionais e/ou internacionais. Curiosidade : a baleeira «James Caird» recebeu esse nome em honra de um dos principais patrocinadores da chamada ‘Imperial Trans-Antarctic Expedition’, que deveria prolongar-se de 1914 a 1917 e que acabou de maneira trágica.

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