quinta-feira, 10 de maio de 2012

«EL DJEZAIR»

Paquete francês pertencente à frota da Compagnie de Navigation Mixte, construído em 1934 pelos estaleiros navais de La Seyne-sur-Mer (Forges et Chantiers de la Méditerranée). Concebido para assegurar a linha regular Marselha-Argel, o «El Djezair» (nome que significa ‘Argélia’) era um navio com 5 884 toneladas de arqueação bruta, medindo 123 metros de comprimento por 16,40 metros de boca. O seu sistema propulsivo compreendia 2 grupos de turbinas, 4 caldeiras (desenvolvendo uma potência global de 8 500 cv) e 2 hélices. A sua velocidade de cruzeiro era de 20 nós. Teve um irmão gémeo que era o paquete «El Mansour». Servido por uma equipagem de 96 membros, o «El Djezair» podia receber 115 passageiros em 1ª classe, 142 em 2ª classe e 126 em 3ª classe. A silhueta do navio sofreu alterações em 1937, ano em que lhe foi suprimida uma das suas duas chaminés de origem e se procedeu à redução dimensional da segunda. Com o eclodir da guerra, em 1939, este paquete das linhas transmediterrânicas foi requisitado pelas autoridades militares, recebendo então o estatuto de cruzador-auxiliar armado. No dia 16 de Fevereiro de 1940, o «El Djezair» (assim como os seus congéneres «El Mansour», «El Kantara», «Ville d’Oran» e «Victor Schoelcher») foram designados, em grande segredo, para evacuar as reservas de ouro do Banco de França. A partida dos navios fez-se de Brest e o porto de destino foi o de Dacar (Senegal), onde o «El Djezair» arribou no dia 28 de Junho desse mesmo ano. Depois da invasão da França pelos alemães, o navio foi confiscado (a 29/01/1943) pelos hitlerianos e oferecido aos seus aliados italianos, que lhe deram o nome de «Cassino». Os tudescos, que voltam a apoderar-se do paquete uns meses mais tarde (a 20/10), em consequência da reviravolta política operada em Itália, conduziram-no ao espaço lagunar de Thau (sul de França), onde o navio foi bombardeado e afundado por aviões da Real Força Aérea no dia 23 de Junho de 1944. O «El Djezair» foi reemergido na Primavera de 1945 e as suas máquinas recuperadas para serem utilizadas num paquete em construção nos estaleiros de La Seyne. A carcaça do navio (irrecuperável) foi vendida a um industrial italiano de ferro-velho, que o desmantelou, em Savona, no ano de 1950.

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