sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

«SAINT ESPRIT»


Este navio de linha francês -armado com 80 canhões- foi realizado pelo arsenal de Brest no ano de 1765. Deslocava 1 754 toneladas e media 59,80 metros de comprimento por 15,70 metros de boca. Da sua guarnição faziam parte 970 homens, marinheiros e soldados. Pago (como outros navios do tempo) com os dinheiros de uma subscrição pública, lançada pelo duque de Choiseul, então secretário de estado da Marinha, este poderoso vaso de guerra recebeu o seu nome da Ordem do Espírito Santo, instituição que contribuiu com uma quantia substancial para a sua construção. Dois outros navios foram arquitectados segundo os planos do «Saint Esprit», para servirem como plataformas de comando : os denominados «Couronne» e o «Languedoc», este último construído no arsenal de Toulon. Aquando da guerra pela independência dos Estados Unidos da América, o «Saint Esprit» tomou parte na indecisiva batalha naval de Ouessant, que se desenrolou a 27 de Julho de 1778 e durante a qual o navio esteve sob as ordens do ainda capitão La Motte-Picquet. Mais tarde, a 5 de Setembro de 1781, este poderoso vaso de guerra das armadas de Luís XVI afrontou, de novo (e desta vez vitoriosamente), os Ingleses na batalha naval da baía de Chesapeake. Depois do triunfo da Revolução Francesa, o navio passou a chamar-se «Scipion», em honra do grande cabo de guerra da Roma antiga Cipião, o Africano. Em 1794, este navio -então com 40 anos de vida- ainda se bateu contra a ‘Royal Navy’ na batalha de Prairial (travada no dia 1º de Junho), onde foi severamente castigado pelo fogo inimigo. Mais precisamente pela artilharia do HMS «Glory», que lhe destroçou todos os mastros e respectivo velame. O «Scipion» foi reparado e ainda teve tempo de participar na chamada Campanha do Grande Inverno, que se iniciou no dia 24 de Dezembro de 1795. Mas, fustigado, no golfo de Gasconha, por uma sucessão de tempestades, o velho navio acabou por naufragar a 20 de Janeiro de 1796. A sua guarnição salvou-se do desastre, graças à oportuna intervenção do navio «Trente-et-Un Mai», que a recolheu.

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