sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

«AZOV»


Em Novembro de 1824, o porto militar de Kronstadt -principal base da marinha imperial russa no mar Báltico- foi devastado por inundações calamitosas, que destruiram mais de uma vintena de navios de guerra ali fundeados. Foi para substituir essas unidades perdidas que Nicolau I, czar de todas as Rússias, lançou um programa de urgência que previa a construção de outros tantos navios, que deveriam restituir à sua armada o poderio e o brilho de outrora. Uma dessas novas unidades foi o «Azov», fabricado em 1826 no arsenal de Arkhangelsk. Este poderoso navio de linha deslocava 3 000 toneladas e media 54,50 metros de comprimento por 14,70 metros de boca. Estava armado com 74 bocas de fogo de vários calibres e dispunha de uma guarnição de 600 homens. O seu primeiro comandante foi o distinto oficial Mikhail Lazarev, grande explorador polar e primeiro marinheiro russo a circum-navegar a Terra. Em 1827 -aquando da guerra pela independência da Grécia- o «Azov» foi enviado para o Mediterrâneo, onde se juntou às esquadras da Grã-Bretanha e de França, aliadas da marinha do czar Nicolau I. A 20 de Outubro desse mesmo ano de 1827, o «Azov» (que hasteava as insígnias do Almirante Entrar Petrovitch Geiden) participou na grande batalha de Navarino, que terminou com a derrota de uma frota combinada turco-egípcia. Este navio de linha russo (que em Navarino sofrera danos materiais importantes e ali perdera 24 mortos e mais de 60 feridos), continuou mais algum tempo no Mediterrâneo para participar no bloqueio do estreito dos Dardanelos. Regressou -no início de 1830- à sua base de Kronstadt, onde permaneceu inactivo até 1831; ano em que foi desmantelado. A fraca duração do navio teve a ver com o apodrecimento prematuro das madeiras do seu casco, que, devido à urgência que presidiu à sua construção, não foram seleccionadas criteriosamente. O «Azov», que, de maneira precipitada, chegou a ser considerado «o melhor navio da marinha russa», serviu de modelo a onze outros veleiros construídos nos anos 20 do século XIX para a frota imperial.

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