sábado, 22 de janeiro de 2011

«JAMES BAINES»


‘Clipper’ de bandeira britânica construído em 1854 pelo estaleiro de Donald McKay, de Boston (Estados Unidos da América). A encomenda fora feita pelos armadores James Baines and Cº, de Liverpool, proprietários da companhia Black Ball Line. Com 2 275 toneladas de arqueação bruta, este veleiro (com casco de madeira) media 69 metros de comprimento por 13 metros de boca. Tinha uma tripulação de 100 homens e podia transportar 1 400 toneladas de carga diversa e 700 passageiros distribuídos por três classes. Gozava da reputação de ser um dos melhores e mais rápidos navios do seu tempo; e justificou essa fama, batendo vários recordes de velocidade, tanto no Atlântico, como no trajecto Liverpool-Austrália. Chegou a receber a visita (no porto de Portsmouth) da rainha Vitória e do príncipe consorte, numa época em que foi fretado pelo governo britânico para transportar um regimento do exército de Sua Majestade para a Índia. Mas o «James Baines» especializou-se, sobretudo, no transporte de emigrantes para a ilha-continente, para onde levou milhares de pessoas, esperançadas em alcançar uma vida melhor naquela longínqua e promissora terra. No dia 22 de Abril de 1858, o navio foi pasto de um tremendo incêndio, quando se encontrava em operação de descarga em Dock Huskisson, um dos cais de Liverpool. Esse desastre custou -à James Baines & Cº- perdas calculadas em 170 000 Libras, porque (para cúmulo do azar) as apólices de seguro haviam expirado 3 dias antes. O casco muito danificado daquele que fora, outrora, um dos mais belos ‘clippers’ de sempre, foi vendido (por uma bagatela) ao armador Robert Pace, que o utilizou como barcaça carvoeira no porto irlandês de Galway. Sabe-se que o «James Baines» ainda se encontrava registado em Liverpool no ano de 1863, mas desconhece-se, por completo, como terminou os seus dias.

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