segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

«ARIEL»


‘Clipper’ de bandeira britânica construído em 1865 -nos estaleiros escoceses da firma Robert Steele & Cº, de Greenock- para o armador Shaw, Lowther & Maxton, de Londres. O «Ariel» era um elegante navio de 1 058 toneladas de deslocamento, com um comprimento de 60 metros por 10,30 metros de boca. O seu casco esguio foi desenhado pelo arquitecto naval William Rennie para poder resistir à violência dos oceanos Índico e Atlântico e para se poder adaptar às grandes velocidades exigidas no comércio do chá. Foi construído com madeira de teca assente numa estrutura metálica, para lhe conferir uma maior elasticidade. O navio tinha três mastros e dispunha de impressionante área vélica. O «Ariel» tornou-se famoso logo na primeira viagem que realizou entre a China e a Europa, ao medir-se com alguns dos navios mais rápidos do seu tempo (tais como o «Taeping» o «Fiery Cross» ou o «Serica») e ao realizar essa longa viagem (via cabo da Boa Esperança) em apenas 99 dias. Depois da abertura do canal de Suez (em 1869), o comércio do chá com o Oriente começou a ser feito, essencialmente, por navios a vapor, que utilizavam aquela nova via de comunicação. E o interesse pelos ‘clippers’, esses autênticos lebréus dos mares, deminuiu consideravelmente. Tal como outros navios do seu tipo, o «Ariel» foi direccionado para outro género de transporte como, por exemplo, o da lã e das mercadorias gerais entre a Europa e a Nova Zelândia e a Austrália. Foi em 1872, no decorrer de uma dessas suas viagens entre os portos de Londres e de Sidney, que o «Ariel» desapareceu (depois de ter dobrado o promontório que Dias descobriu e transpôs pela primeira vez em 1488), em data e em circunstâncias que nunca foram apuradas. Há quem tenha aventado a hipótese do navio ter sido engolido por uma onda gigante.

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